E nós recebemos mais uma vez aqui no Realidades das Safras o Sr. Wanderlei Atainz, que é presidente da APROSOJA Pará.
Hoje, não vamos apenas entender como caminha a conclusão da safra, mas também como está a questão da taxação sobre o agronegócio paraense, que vem sendo discutida desde o começo do ano. Sr. Wanderlei, bom dia! Seja bem-vindo. É um prazer tê-lo conosco mais uma vez aqui no Realidades das Safras, no Notícias Agrícolas.
Bom dia a todos do Notícias Agrícolas. Hoje estou aqui em mais um evento da Ginetec, com produtores que acabaram de fazer a abertura, que vai até sexta-feira. Estamos com um estúdio improvisado aqui no Pará.
Agradeço pelo esforço de comunicação, Sr. Wanderlei. É sempre melhor falar com vocês quando estamos juntos, mas aqui da nossa mesa conseguimos alcançar todos os cantos do país.
Sr. Wanderlei, quero começar a falar com o senhor sobre a situação que discutimos na última vez, a questão da taxação das exportações de grãos e carne do estado do Pará. Como essas discussões evoluíram e em que pé estamos neste momento?
Olha, tivemos uma reunião com o governo que juntou todas as classes da cadeia, tanto da área de grãos quanto de carne, além de representantes da mineração, prefeitos e governo.
Segunda-feira foi um dia intenso, com debates muito calorosos e muitas discussões. Acabamos fazendo uma proposta. Não é o que o agricultor ou o produtor desejava, mas quando algo nos é imposto e muitas vezes não temos como sair, precisamos dialogar.
A princípio, foi feita uma proposta e estamos aguardando o governador aprovar isso, que deve sair esta semana, para ver se conseguimos acalmar um momento que está muito tenso para nós. Produzir já é difícil, imagine pagar mais impostos, já que já pagamos bastante.
Então, tivemos essa reunião na segunda-feira com o estado. E o senhor acha que há espaço para reverter essa situação, Sr. Wanderlei? É possível evitar essa taxação? O senhor está esperançoso?
Olha, o que aconteceu? Vou resumir. O resultado da nossa reunião de segunda-feira foi para tentarmos chegar a uma conclusão, já que o estado não está disposto a revogar o projeto de lei 10.837,24.
Fizemos uma proposta com novos valores.
O governo estava relutante em ceder, mas não podemos comparar o estado do Pará, que ainda está em desenvolvimento na agricultura, com estados que já têm uma estrutura consolidada, como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde a produtividade é bem maior.
Fizemos uma proposta e chegamos a números, por exemplo: a saca de soja, que na taxação inicial do governo era R$ 4,32, conseguimos reduzir para R$ 1,00 por saca.
O milho, que era R$ 2,09, conseguimos um acordo de R$ 0,50 por saca.
E o boi, que era quase R$ 200 por cabeça, conseguimos reduzir para R$ 5,00 por cabeça, entre vacas, bois e novilhas.
Também discutimos valores para madeira e mineração, que já estavam quase acertados. Estamos aguardando o governador sancionar isso. Não é o que a classe desejava, mas já que essa arrecadação tem a promessa do estado de ser investida em estradas e infraestrutura para beneficiar o agricultor, decidimos dar esse voto de confiança.
Quatro entidades estarão no comitê gestor, onde será decidido como esses recursos serão aplicados. Está mais ou menos acertado, não é o ideal para todos, mas foi o que conseguimos no momento. Isso não impede que possamos