Muralha sanitária evita cenário caótico em caso de Influenza Aviária

Resposta rápida e coordenada entre produtores, agroindústrias e governo mostrou maturidade e eficácia do sistema sanitário brasileiro

06/06/2025 11h01 - Atualizado há 1 semana

Brasil tem se destacado pela estrutura e capacidade de resposta de seu sistema de defesa agropecuária. O recente caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), identificado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, é um marco exemplar de como a atuação coordenada entre produtores, agroindústrias e autoridades sanitárias pode conter riscos graves à saúde animal, humana e à economia nacional.

A atuação rápida e técnica evitou que o foco viral evoluísse para uma crise sanitária de grandes proporções. Em questão de dias, o vírus foi contido e o risco eliminado, reforçando a confiança internacional no controle sanitário brasileiro.

SUASA: o escudo sanitário do agro brasileiro

A base dessa resposta eficiente está no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) uma articulação nacional entre os entes federativos que integra inspeção, vigilância, fiscalização e controle sanitário. Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), o SUASA é um pilar da segurança alimentar e da competitividade internacional do Brasil, organizando as ações desde a origem da produção até o consumidor final.

Mais do que um sistema técnico, o SUASA representa um pacto entre setor público e privado pelo bem comum. Com uma legislação sanitária robusta e protocolos exigentes, o Brasil se posiciona entre os países com maior capacidade de contenção de surtos sanitários agropecuários.

Santa Catarina: símbolo de vigilância sanitária de excelência

Um dos maiores exemplos dessa política integrada é o estado de Santa Catarina, que se mantém livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007 e livre de peste suína clássica desde 1994 status reconhecido por organismos internacionais.

Esse resultado foi construído com base na cooperação entre governo estadual, produtores rurais e agroindústrias, representada por instituições como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), os Sindicatos Rurais e o Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa). O Icasa, criado pelas agroindústrias, tornou-se referência nacional em apoio técnico, monitoramento e cumprimento das normas sanitárias.

Coesão entre os elos da cadeia foi determinante

A contenção da Influenza Aviária em território gaúcho revelou um ponto central: nenhum sistema funciona sozinho. O sucesso da operação de contenção foi resultado da coesão entre todos os elos da cadeia produtiva, incluindo produtores que notificaram rapidamente o foco, agroindústrias que ativaram protocolos de biossegurança e autoridades que tomaram decisões técnicas ágeis.

Segundo José Zeferino Pedrozo, presidente da Faesc, “cada nova certificação internacional conquistada pelo agro brasileiro é resultado de uma engrenagem bem sincronizada entre o rigor técnico e o protagonismo do setor produtivo”.

Sanidade é patrimônio nacional e ativo estratégico do agro

A defesa agropecuária vai muito além da proteção de rebanhos e lavouras: ela representa a confiança do consumidor, a imagem do Brasil no mercado externo e o abastecimento seguro de alimentos à população. A cada auditoria sanitária superada, o Brasil fortalece sua reputação como um dos maiores exportadores de proteína animal do mundo.

Com exportações que movimentam bilhões de dólares, o cumprimento das exigências sanitárias se tornou estratégico para a economia brasileira. E isso depende do esforço coletivo: do produtor que segue os protocolos, do veterinário que inspeciona, do gestor que formula políticas públicas e do consumidor que confia no que consome.

Compromisso coletivo com o futuro

O episódio de Montenegro é mais do que um alerta  é um sinal de que o Brasil está preparado para enfrentar desafios sanitários com responsabilidade e união. A vigilância contínua, o investimento em capacitação e a valorização da ciência aplicada são os pilares que sustentam uma agropecuária segura, competitiva e sustentável.

Num mundo em transformação, onde segurança alimentar e sanidade caminham lado a lado, o Brasil mostra que sabe proteger o que tem de mais valioso: a vida no campo e a confiança do mundo.


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