Brasil tem se destacado pela estrutura e capacidade de resposta de seu sistema de defesa agropecuária. O recente caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), identificado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, é um marco exemplar de como a atuação coordenada entre produtores, agroindústrias e autoridades sanitárias pode conter riscos graves à saúde animal, humana e à economia nacional.
A atuação rápida e técnica evitou que o foco viral evoluísse para uma crise sanitária de grandes proporções. Em questão de dias, o vírus foi contido e o risco eliminado, reforçando a confiança internacional no controle sanitário brasileiro.
SUASA: o escudo sanitário do agro brasileiro
A base dessa resposta eficiente está no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) uma articulação nacional entre os entes federativos que integra inspeção, vigilância, fiscalização e controle sanitário. Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), o SUASA é um pilar da segurança alimentar e da competitividade internacional do Brasil, organizando as ações desde a origem da produção até o consumidor final.
Mais do que um sistema técnico, o SUASA representa um pacto entre setor público e privado pelo bem comum. Com uma legislação sanitária robusta e protocolos exigentes, o Brasil se posiciona entre os países com maior capacidade de contenção de surtos sanitários agropecuários.
Santa Catarina: símbolo de vigilância sanitária de excelência
Um dos maiores exemplos dessa política integrada é o estado de Santa Catarina, que se mantém livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007 e livre de peste suína clássica desde 1994 status reconhecido por organismos internacionais.
Esse resultado foi construído com base na cooperação entre governo estadual, produtores rurais e agroindústrias, representada por instituições como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), os Sindicatos Rurais e o Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa). O Icasa, criado pelas agroindústrias, tornou-se referência nacional em apoio técnico, monitoramento e cumprimento das normas sanitárias.
Coesão entre os elos da cadeia foi determinante
A contenção da Influenza Aviária em território gaúcho revelou um ponto central: nenhum sistema funciona sozinho. O sucesso da operação de contenção foi resultado da coesão entre todos os elos da cadeia produtiva, incluindo produtores que notificaram rapidamente o foco, agroindústrias que ativaram protocolos de biossegurança e autoridades que tomaram decisões técnicas ágeis.
Segundo José Zeferino Pedrozo, presidente da Faesc, “cada nova certificação internacional conquistada pelo agro brasileiro é resultado de uma engrenagem bem sincronizada entre o rigor técnico e o protagonismo do setor produtivo”.
Sanidade é patrimônio nacional e ativo estratégico do agro
A defesa agropecuária vai muito além da proteção de rebanhos e lavouras: ela representa a confiança do consumidor, a imagem do Brasil no mercado externo e o abastecimento seguro de alimentos à população. A cada auditoria sanitária superada, o Brasil fortalece sua reputação como um dos maiores exportadores de proteína animal do mundo.
Com exportações que movimentam bilhões de dólares, o cumprimento das exigências sanitárias se tornou estratégico para a economia brasileira. E isso depende do esforço coletivo: do produtor que segue os protocolos, do veterinário que inspeciona, do gestor que formula políticas públicas e do consumidor que confia no que consome.
Compromisso coletivo com o futuro
O episódio de Montenegro é mais do que um alerta é um sinal de que o Brasil está preparado para enfrentar desafios sanitários com responsabilidade e união. A vigilância contínua, o investimento em capacitação e a valorização da ciência aplicada são os pilares que sustentam uma agropecuária segura, competitiva e sustentável.
Num mundo em transformação, onde segurança alimentar e sanidade caminham lado a lado, o Brasil mostra que sabe proteger o que tem de mais valioso: a vida no campo e a confiança do mundo.