Pará registra menor índice de desmatamento da última década e reforça liderança ambiental antes da COP30

08/08/2025 18h46 - Atualizado há 2 dias

Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), analisados pela Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), apontam que, entre agosto de 2024 e julho de 2025, o estado registrou 1.325 km² de áreas com alertas de desmatamento — o menor volume da última década.

O resultado representa uma redução de 21% em relação ao ciclo anterior (1.681 km²) e uma queda expressiva de 66% em comparação a 2020, quando o índice chegou a 3.918 km². O desempenho também confirma que o Pará não foi o estado que mais desmatou em 2025, contrariando antigos cenários.

Além do acumulado anual, julho de 2025 trouxe outro dado positivo: foram 182 km² de alertas, o menor valor para o mês desde 2019. Isso significa uma redução de 80% em relação a julho de 2019 e de 36% frente ao mesmo mês do ano passado.

“O Pará está mostrando ao Brasil e ao mundo que é possível aliar desenvolvimento com proteção ambiental. Essa redução histórica é fruto de presença no território, fiscalização eficiente e valorização de quem produz com responsabilidade”, afirmou o governador Helder Barbalho.

Queda contínua e destaque nacional

Mesmo sendo um dos maiores estados da Amazônia Legal, o Pará reduziu sua participação nos alertas de 39% para 29% do total em apenas um ano. Desde 2021, a tendência é de queda contínua.

Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Raul Protázio Romão, o resultado é reflexo de políticas consistentes:

“Estamos colhendo os frutos de uma atuação estratégica baseada em rastreabilidade, regularização ambiental, comando e controle e incentivo à produção sustentável. O Pará chegará à COP30 com resultados concretos, fortalecendo nossa agenda ambiental e climática”, afirmou.

Rumo à COP30

Os números chegam em momento estratégico. Em novembro de 2025, Belém sediará a 30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima da ONU (COP30), evento que colocará o Pará no centro das discussões globais sobre a Amazônia e o clima.

A gestão estadual reforça que a conquista é fruto da integração entre órgãos ambientais, municípios e setor produtivo, impulsionada por iniciativas como:

  • Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA)

  • Plano de Bioeconomia

  • Programa Regulariza Pará

  • Investimentos em tecnologia de monitoramento e fiscalização

“Esse resultado não é obra do acaso. É uma mudança de paradigma que envolve o campo, a cidade, a floresta e os povos que vivem nela. Estamos pavimentando o caminho para um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia”, destacou Helder Barbalho.

Cenário regional

Embora o Pará tenha registrado forte redução, a Amazônia Legal como um todo teve um aumento de 4% no desmatamento no último ciclo, totalizando 4.495 km² ainda assim, o segundo menor índice dos últimos sete anos.

O governo paraense vê o momento como oportunidade para consolidar parcerias, atrair investimentos verdes e acelerar políticas de conservação e justiça climática.

“Queremos transformar bons números em melhores condições de vida para as populações da floresta. A floresta em pé precisa valer mais do que derrubada, e o Pará está provando isso com dados”, concluiu Raul Protázio Romão.

O Inpe também divulgou dados consolidados do Prodes 2024 (agosto de 2023 a julho de 2024). O Pará registrou 2.395 km² de área desmatada, uma redução de 27,4% em relação a 2023 (3.299 km²). É o menor valor anual desde 2019, reforçando a tendência de queda.


Notícias Relacionadas »