Como parte das atividades do Mês da Proteção aos Manguezais, foi realizada, na última semana, uma grande ação de reflorestamento em área degradada do km 14 da rodovia PA-458, que liga o município de Bragança à praia de Ajuruteua, no nordeste paraense. A iniciativa teve como objetivo recuperar a vegetação nativa e fortalecer um dos ecossistemas mais importantes do litoral amazônico.
O trabalho foi coordenado de forma integrada entre a Prefeitura de Bragança, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) e o Projeto Mangues da Amazônia, com participação ativa de voluntários, técnicos ambientais e representantes de comunidades tradicionais.
Durante a ação, centenas de mudas de mangue foram plantadas. A coordenadora do eixo social do Projeto Mangues da Amazônia, Lana Costa, destacou o envolvimento de jovens da comunidade de Caratateua:
“Cada adolescente cuidou de uma muda por dois meses, após um curso de reflorestamento. Hoje, além de plantar, eles contribuíram diretamente para a recuperação da área afetada da PA-458.”
A atividade teve forte apelo educativo e comunitário, buscando envolver moradores e gestores em torno da preservação ambiental.
De acordo com os organizadores, a construção da estrada comprometeu o fluxo natural das marés, alterando o solo e impactando a vegetação típica da região. O reflorestamento vai além do plantio — ele visa restaurar a dinâmica ecológica dos manguezais.
“Estamos devolvendo vitalidade ao solo e à complexa biodiversidade desse ecossistema”, explicou Cláudio Sampaio, da Gerência de Gerenciamento Costeiro da Semas, que coordenou a ação técnica da secretaria.
O secretário adjunto da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, reforçou a importância da iniciativa para a agenda climática estadual:
“Conservar e recuperar manguezais é essencial para o equilíbrio climático, a segurança alimentar de comunidades costeiras e a preservação da biodiversidade. Essa ação reforça o protagonismo local na agenda ambiental do Pará.”
O gestor do Projeto Mangues da Amazônia, John Gomes, recebeu a equipe da Semas para uma imersão nas áreas degradadas e no viveiro de mudas do projeto:
“A troca de experiências é fundamental para fortalecer a conservação dos manguezais amazônicos. Mostramos nossas metodologias de recuperação e firmamos ainda mais parcerias com o poder público.”
Responsáveis por proteger o litoral da erosão e de eventos climáticos extremos, os manguezais são também abrigo de diversas espécies aquáticas e terrestres, além de garantir o sustento de comunidades ribeirinhas e pesqueiras. A preservação desse bioma é estratégica para o estado do Pará diante das mudanças climáticas.