Com o aumento do fluxo de pessoas nas praias paraenses durante o mês de julho, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) intensificou suas ações educativas no litoral dentro da Operação Verão 2025, coordenada pelo Governo do Estado. Pela terceira vez consecutiva, a Agência marca presença nas praias para reforçar a educação sanitária e a prevenção à gripe aviária, unindo esforços com órgãos estaduais, federais e municipais.
Neste fim de semana, as movimentadas praias de Salinópolis, como Atalaia, Maçarico, Corvina e Farol Velho, receberam as equipes da ADEPARÁ, que orientaram banhistas e comerciantes sobre como identificar sinais de doenças em aves silvestres e domésticas, além de distribuir material educativo.
Salinópolis está em uma das principais rotas de aves migratórias da Amazônia Atlântica, o que a torna um ponto estratégico para a vigilância sanitária. A médica veterinária Lettiere Lima, gerente do Programa de Sanidade Avícola da Agência, explica que a ação visa capacitar a população para reconhecer e notificar sintomas suspeitos em aves:
"É fundamental ensinar o público a identificar sinais clínicos, saber quais espécies estão envolvidas silvestres ou domésticas e, principalmente, evitar tocar em aves doentes ou mortas", afirmou.
Durante as ações, um caso de suspeita foi registrado com uma ave silvestre da espécie Biguá, na praia do Atalaia. Após notificação pelos bombeiros, a equipe da ADEPARÁ avaliou o animal e descartou a hipótese de infecção por gripe aviária, reforçando a importância da resposta rápida e do trabalho integrado entre os órgãos.
Mesmo durante as férias, produtores como Julier Teixeira, que cria bovinos e cultiva açaí em Tailândia, reconhecem a relevância do trabalho. Ele recebeu os panfletos da equipe da ADEPARÁ enquanto descansava com a família em Salinas:
“A gente sabe que o nosso país vive da exportação. Um foco de doença pode comprometer toda a cadeia produtiva, trazendo prejuízos para a economia e para o produtor”, destacou.
No município de Bragança, as ações foram estendidas para orlas, praças, feiras e a praia de Ajuruteua. A médica veterinária Susi Barros relatou que, além da interação com o público e distribuição de materiais, a equipe foi acionada para lidar com a morte de uma ave aquática, em estado de decomposição:
“Fizemos o recolhimento e incineração do animal. Tudo foi documentado. É um trabalho que une educação, vigilância, notificação e resposta rápida”, explicou.
As praias de Salvaterra e Soure, no arquipélago do Marajó, também receberam a força-tarefa da ADEPARÁ. Além de dialogar com os veranistas, a equipe orientou feirantes, comerciantes e passageiros em trânsito para a Ilha.
Segundo Olivar Valente, fiscal agropecuário, o contato direto com a população ajuda a consolidar o papel da Agência:
“Esse diálogo com quem vive e visita o Marajó é essencial para mostrar o trabalho da ADEPARÁ na defesa sanitária e na integridade da produção animal no Estado.”
As ações da ADEPARÁ fazem parte do Plano Nacional de Vigilância para Influenza Aviária, com foco nos componentes 3 e 4, que envolvem a coleta de material em propriedades rurais e a detecção ativa de vírus em aves. A estratégia permite respostas rápidas e mais eficazes em casos suspeitos, conforme destaca Lettiere Lima:
“A vigilância ativa mostra o que está circulando e direciona melhor as ações. Isso reforça a capacidade do Estado de proteger sua produção avícola.”
A Operação Verão 2025 da ADEPARÁ envolve uma força-tarefa de 50 servidores, 12 veículos e cobertura em diversas regiões litorâneas. As ações continuam nos próximos finais de semana de julho em outros municípios paraenses.
Educação sanitária é uma ferramenta essencial na proteção da saúde pública, da biodiversidade e da economia rural. Com ações coordenadas, o Pará se antecipa aos riscos e fortalece o elo entre ciência, produção e cidadania.