Exportações de carne de frango mantêm fôlego acima de 390 mil toneladas mesmo com suspensões sanitárias

Apesar das restrições temporárias, redirecionamento de cargas mantém estabilidade do setor e garante receita de mais de US$ 740 milhões em maio

06/06/2025 10h52 - Atualizado há 1 semana

As exportações brasileiras de carne de frango seguem em patamar elevado mesmo diante de desafios impostos por suspensões temporárias aplicadas por cerca de 20 mercados internacionais. Em maio de 2025, o país embarcou 393,4 mil toneladas do produto (considerando cortes in natura e processados), de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número representa uma queda de 12,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram exportadas 451,6 mil toneladas.

A receita gerada no mês foi de US$ 741,1 milhões, valor 9,5% inferior ao registrado em maio do ano passado, que somou US$ 818,7 milhões.

Redirecionamento de cargas minimiza impactos de restrições internacionais

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o setor já vinha se preparando para os reflexos das autossuspensões, especialmente após o registro isolado de um foco de Influenza Aviária em granja comercial, prontamente contido. “Mesmo com as suspensões aplicadas por alguns dos principais destinos da carne de frango brasileira, os embarques se mantiveram próximos das 400 mil toneladas. Isso mostra que o redirecionamento de cargas está funcionando e permitindo que o Brasil continue abastecendo outros mercados internacionais com eficiência”, explicou Santin.

União Europeia amplia compras e compensa retrações na Ásia e América Latina

O desempenho do mês também foi marcado por variações entre os principais mercados compradores:

  • China: 35,8 mil toneladas (-28% em relação a maio de 2024);

  • África do Sul: 25,5 mil toneladas (-20,5%);

  • México: 16,6 mil toneladas (-18,8%);

  • União Europeia: 24,8 mil toneladas (+46,2%).

A alta nas exportações para a União Europeia compensou parte das perdas em mercados estratégicos como China e México. “O desempenho europeu foi impulsionado pelo ritmo de compras anterior à autossuspensão aplicada na segunda quinzena de maio. Já a retração em outros países estava dentro do que o setor esperava diante do cenário sanitário”, completou Santin.

Acumulado do ano mostra crescimento sólido em volume e receita

De janeiro a maio de 2025, o Brasil exportou 2,256 milhões de toneladas de carne de frango, volume 4,8% superior ao registrado no mesmo intervalo de 2024 (2,152 milhões de toneladas). A receita no período também cresceu: US$ 4,234 bilhões, um avanço de 10,18% em relação aos US$ 3,842 bilhões obtidos no ano anterior.

Frango brasileiro segue como pilar da agroexportação nacional

Mesmo diante de barreiras comerciais e sanitárias temporárias, a carne de frango se mantém como um dos principais motores das exportações do agronegócio brasileiro. A resiliência do setor demonstra maturidade na gestão sanitária, agilidade logística e diversificação de mercados, características que sustentam sua competitividade global.

Além de gerar bilhões em divisas, a cadeia da avicultura brasileira movimenta a economia de centenas de municípios rurais, desde a produção de milho e soja para ração até o processamento, transporte e distribuição internacional. A carne de frango não é apenas uma commodity: é estratégia econômica, social e geopolítica.


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